segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Apoiar, contestar ou ser imparcial?

Ao falarmos sobre nutrição e alimentação, atribuímos ao nutricionista o papel de comunicar todo o resultado de uma pesquisa, de um estudo, de testes, do conhecimento científico. É certo, então, que terá de seleccionar e filtrar esse conhecimento e escolher a forma mais correcta para o transmitir, de acordo com o seu público alvo, ensinando-o e orientando-o para uma correcta conduta alimentar.
Vivemos actualmente numa sociedade em que tudo é influenciado por factores sociais, culturais e económicos em que um modelo ideal, será, por isso, a conjugação destes três factores e claro, a nutrição não é excepção.
Tudo aquilo que nos é publicitado, que nos é comunicado, que nos incentivam a consumir porque é “cientificamente provado” tem por trás, certamente, outros interesses.
É então, aqui, que o nutricionista intervém, apoiando ou não, o que a ciência prova, acabando por influenciar o seu contributo sobre a população. Talvez, o ideal seria que mantivesse uma posição neutra e imparcial, mas o seu dever será, na realidade, promover uma alimentação saudável para a população, independentemente dos interesses económicos, culturais e sociais que se encontram por detrás das grandes marcas que divulgam os seus produtos.


Será que um nutricionista aconcelha as crianças a consumir, por exemplo, Chocapic da Nestlé ao pequeno almoço? Sim, tratam-se de cereais matinais com grãos integrais, mas e a restante constituição do alimento que não é referida na publicidade? Será saudável para as crianças?

Certamente, que para a marca Luso, é muito importante a referência da Sociedade Portuguesa de Nutricionistas no final do anúncio, ao recomendar um estilo de vida saudável, anunciando o seu produto.




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